A Pátria é o torrão querido que nos viu nascer, a casa onde decorreu a nossa mocidade; os prados, os bosques, as montanhas, os rios e as ribeiras que serpenteiam através dos vales; o horizonte, ora azul, ora anuviado, que nos extasia os olhos; a cidade, a vila, a aldeia ou a simples choupana onde habitamos; a casa da escola, cheia de recordações saudosas, a igreja, com o seu campanário, mirando, do alto, tudo à roda.
Foi no meio de tal cenário que a nossa alma recebeu as primeiras impressões, de todas as mais duradouras. Assim é, pois, que sempre que a ideia de Pátria surge aos olhos do nosso espírito, o que primeiro vemos é o torrão natal, por ser o que melhor conhecemos, e aquele, entre todos, que o nosso coração naturalmente prefere.(…)
A Pátria é a família com as suas íntimas alegrias, as suas tristezas que são de todos. (…) À medida que os filhos vão estando educados, vão-se dispersando, para fundarem, por sua vez, novos lares; mas os laços de sangue continuam, sempre, a aproximá-los, como ramos saídos do mesmo tronco.
Trindade Coelho, Manual político do cidadão português
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